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domingo, 12 de fevereiro de 2012

Conhecendo os Bens Tombados de Matias Barbosa/MG










PAÇO MUNICIPAL

Ano do Tombamento - 2006

Tombamento Municipal – Decreto nº 1.277 de 17 de março de 2006.

Edificação

Prefeitura Municipal de Matias Barbosa.

Localização

Avenida Cardoso Saraiva, 305.

 Bairro

Centro.

 Número de Pavimentos

Dois.

Custo da Construção

Indeterminado.

 Período de Construção

1928 e 1929.

 Técnico Responsável pela Construção

Indeterminado.

 Histórico da Edificação

A edificação em estilo neoclássico, localizada à Avenida Cardoso Saraiva, nº 305, foi construída especialmente para abrigar a sede do recém emancipado município. O Projeto do imóvel que foi construído era de autoria do Presidente da Câmara e Agente do Executivo, que inaugurou o imóvel em 25 de junho de 1929, na presença do Governador do Estado Dr. Antônio Carlos Ribeiro de Andrada e sob as bênçãos de Dom Justino de Santana, bispo da Diocese de Juiz de Fora. Os trabalhos artísticos internos do prédio, como forro em madeira com gregas laterais foram executadas pela Construtora Pantaleoni Arcuri & Spinelli, de Juiz de Fora.

Descrição da Edificação

O imponente edifício foi construído em 1929 para abrigar a sede da Prefeitura Municipal, nos moldes neoclássicos típico das edificações oficiais do final do século XIX e início do XX. Sua fachada principal, sobrecarregada de elementos decorativos, possui simetria e equilíbrio, além de um sistema preciso de relações e proporções que lhe confere harmonia, sobriedade e ordem, aspectos igualmente relacionados ao poder público.



Técnicas Construtivas Predominantes

Seu sistema construtivo é uma estrutura auto-portante com robustos pilares e paredes de tijolos maciços, sua cobertura de quatro águas, com estrutura de madeira e telhas francesas, fica escondida nas fachadas por platibandas e balaustradas de massa na fachada principal, o que reafirma seu estilo neoclássico. As paredes são revestidas interna e externamente com reboco e pintadas com tinta látex, e a base alteada na fachada principal é revestida com pedras. As janelas e portas internas são pintadas com tinta a óleo e a porta principal é revestida somente com verniz.



Empresa Responsável

Construtora Pantaleone Arcuri.
 
Livreto on line Gratuito

O setor da Educação Patrimonial, Departamento de Cultura e a Chefia da Tecnologia da Informação da Prefeitura Municipal de Matias Barbosa lançaram on line o livreto do Primeiro Guia dos bens tombados do Municipio de Matias Barbosa pelo site www.matiasbarbosa.mg.gov.br onde todos poderão fazer o download.
Prefácio
Inicio este Prefácio através de uma breve explicação do que vem a ser Patrimônio Cultural. Ao longo da história muito se discutiu sobre o que seria patrimônio, o que contribuiu para muitas mudanças em seu conceito. A preocupação com o Patrimônio remonta do final do século XVIII, com a Revolução Francesa criou-se uma sensibilização para os monumentos que representavam feitos do passado “a partir de então as primeiras ações políticas para a conservação dos bens que denotassem o poder, a grandeza da nação que os portava, entre as quais uma administração encarregada de elaborar os instrumentos jurídicos e técnicos para a salvaguarda, assim como procedimentos técnicos necessários para a conservação e o restauro de monumentos”¹ começaram a acontecer, e essa ideia foi se espalhando para o resto do mundo.
 Desse modo, Patrimônio era entendido como grandes monumentos artísticos do passado, assim eram classificados por critérios estéticos ou históricos que tinham importância para revelar o desenvolvimento da arte e da história². Neste momento eram considerados apenas os bens imóveis e geralmente referentes a monumentos e construções utilizados pela elite da época. Mais tarde, já no início do século XIX, com a mudança na concepção de fontes históricas e na própria ideia de novos personagens na história esse conceito mudou, e hoje se fala em Patrimônio Cultural. O que passa a ser compreendido como toda produção cultural de um povo que explique a sua história, que mostre a formação da sua identidade, ou seja, sua singularidade, aquilo que os diferencia dos demais, que contribui para a preservação de sua memória, são atualmente definidos como Patrimônio Cultural. Essa categoria se divide em Patrimônio formado por Bens Materiais e Imateriais. Sendo os primeiros subdivididos em bens imóveis como os núcleos urbanos, sítios arqueológicos e paisagísticos e bens individuais; e móveis como coleções arqueológicas, acervos museológicos, documentais, bibliográficos, arquivísticos, videográficos, fotográficos e cinematográficos.”³ Já o segundo, os  Bens imateriais são designados pela UNESCO como "as práticas, representações, expressões, conhecimentos e técnicas - junto com os instrumentos, objetos, artefatos e lugares culturais que lhes são associados - que as comunidades, os grupos e, em alguns casos, os indivíduos reconhecem como parte integrante de seu patrimônio cultural”.[i]
O Patrimônio é de todos, pois ele guarda as memórias de nossos antepassados, e por isso é direito dos cidadãos conhecê-lo. Cuidar de nossos bens tombados é uma atitude de ética e cidadania e é o que a Educação Patrimonial vem trabalhar. Este livro é uma contribuição a mais para o desenvolvimento deste projeto, para que o mesmo possa ser desenvolvido da melhor maneira possível rendendo frutos tanto para o presente quanto para o futuro. O Projeto de Educação Patrimonial, realizado nas escolas de nosso município através do Departamento Municipal de Cultura e Turismo, de acordo com a Deliberação Normativa nº 001/2009 do Conselho Estadual do Patrimônio Cultural de Minas Gerais que dispõe sobre a execução de projetos de Educação Patrimonial; tem como objetivo educar nossas crianças e adolescentes a fim de que estes conhecendo nosso patrimônio se tornem protetores dos mesmos e ainda  adultos conscientes de sua própria história e identidade.
Mediante essas ideais destaco a importância desta obra, que contribuirá com muita eficácia para o conhecimento não só de nossos alunos como também de toda comunidade matiense sobre a história de Matias Barbosa e de seus Bens Tombados. A história de nosso município é tão rica e merece ser conhecida. Aprender sobre o passado é fundamental para entendermos o presente. E é com essa preocupação que o historiador Ricardo Sartine Fernandes de Oliveira escreveu o “Primeiro Guia de Bolso dos Bens Tombados de Matias Barbosa/MG”, o qual contribuirá com a divulgação das informações tão necessárias para o conhecimento de nossa história, e a preservação de nossa memória essencial para mantermos nossa identidade.
 Nossos alunos e toda a comunidade conhecendo melhor nossos bens tombados e um pouco da história de cada um deles, tenho certeza cuidará da sua preservação, já que só respeitamos e preservamos aquilo que conhecemos. Este livro também vem satisfazer a expectativa de muitos professores de nosso município que sentiam falta de uma fonte mais consistente de pesquisa para suas aulas de História. Falo isso porque também sou professora da rede municipal e venho há muito escutando essas reinvindicações.
Neste guia estão dispostos os bens materiais imóveis tombados do município de Matias Barbosa, os quais fazem parte de nosso cotidiano. Todos os dias percorremos as ruas de nossa cidade, passamos perto desses bens e muitas vezes não percebemos que eles também estiveram presentes na vida de outras pessoas que aqui viveram, que anteriormente foram protagonistas da história de nossa cidade.
Primeiramente o livro traz um breve histórico sobre a 1ª Sesmaria de Mathias Barboza da Silva, que séculos depois se tornaria a cidade de Matias Barbosa. Em seguida, inicia-se a descrição dos Bens Materiais tombados para a preservação da história e da memória de nossa gente. Os quais são dispostos nesta obra por ordem cronológica de tombamento. O primeiro é a Capela Fazenda de Nossa Senhora da Conceição do Registro do Caminho Novo, atual Capela de Nossa Senhora do Rosário, Patrimônio Nacional por se tratar de uma construção do século XVIII, e tombada pelo Instituto do Patrimônio Hsitórico e Artístico Nacional, importante não só para a história local, quanto para retratar parte do período colonial brasileiro.
Quem nunca criou fantasias a cerca dos túneis da Capela do Rosário? Essa construção tão admirada pelo nosso povo, a qual se tornou referência de Patrimônio em nossa cidade já que faz referência ao período da mineração colonial, período tão importante para entendermos a formação e o povoamento de nosso estado e de nossa terra.
Posteriormente vem o prédio da Prefeitura Municipal, com suas belas características da arte neoclássica. Em seguida os Túmulos do Cônego Joaquim Inácio Valadares Monteiro, do Dr. Eloy de Andrade e do Sr. José Cardoso Saraiva, acompanhados pelo Cemitério Municipal de Matias Barbosa, Capela Mortuária e Portal Principal, mostrando que a arte tumular também pode se tornar um bem material devido guardar o repouso daqueles que foram personagens tão importantes para a história de nosso município.
Logo após está a Ponte da Liberdade conhecida como “Ponte do Arco”, construção centenária que nos faz relembrar bons tempos, aqueles marcados pelas ferrovias! O Busto de Getúlio Vargas, como homenagem dos matienses getulistas para este estadista; a Sede do Prédio da Cemig, que representava a modernidade da luz elétrica; o Prédio do Grupo Escolar, atual Escola Estadual Cônego Joaquim Monteiro, que foi um marco para a educação da cidade; Prédio da Cadeia Pública (Quartel e Cadeia) que há tanto estava esquecido aos nossos olhos; assim como o belo Painel de Azulejo “Evolução dos Transportes”, que tanto tempo se escondeu naquele cantinho da Praça Peter Birkeland. E ainda monumentos comemorativos, como o Relógio de Sol em pedra Sabão e o Chafariz em Pedra Sabão (ambas as réplicas do século XVIII).
Saber qual era a finalidade de cada bem no passado também é importante, espaços e monumentos feitos para orar, ligar um lugar ao outo, administrar, homenagear pessoas importantes, educar, modernizar, festejar entre outros. Tudo isso poderá ser discutido e aproveitado a partir deste guia para tornar as aulas de História Local mais próxima e significativa para o aluno.
Portanto, a ser convidada a escrever este prefácio fiquei muito feliz em dar uma humilde colaboração para esta obra. Pois como educadora que sou, acredito que somente a educação tem o poder de transformar. Através do conhecimento nos tornamos mais livres, para pensar, criticar com argumentos coerentes, analisar situações, saber ler nas “entrelinhas” e buscarmos a nossa verdade. Contudo, nossas crianças precisam desenvolver essas habilidades e a educação e a cultura é o único caminho para torná-las agentes de transformação, adultos conscientes de sua história, orgulhosos de seu passado, caracterizados por sua própria identidade e com memória viva para se construir um futuro melhor. Em suma, este livro tem como objetivo principal transformar todos nós matienses em guardiões de nossos bens tombados, tão ricos em história, tão importantes para nos reconhecermos como “filhos” de Matias Barbosa.
Bons estudos!
Boa leitura!

Carla Aparecida da Silva Fernandes de Oliveira
Graduada em História (UFJF)
Especialista em Ciências Humanas: Brasil Estado e Sociedade (UFJF), Professora de História na Educação Básica e Professora dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, Membro e Secretária do Conselho Municipal de Cultura de Matias Barbosa.